segunda-feira, 14 de maio de 2012

VACA AMARELA



VACA AMARELA
FEZ COCÔ NA PANELA,
CABRITO MEXEU, MEXEU,
QUEM FALAR PRIMEIRO
COMEU O COCÔ DELA.

VACA AMARELA,
SUTIÃ DE FLANELA,
CABRITO COSEU, COSEU
QUEM SE MEXER PRIMEIRO
PÔS O SUTIÃ DELA.

VACA AMARELA
FEZ XIXI NA GAMELA,
CABRITO MEXEU, MEXEU,
QUEM RIR PRIMEIRO
BEBEU O XIXI DELA.

VACA AMARELA
CUSPIU DA JANELA,
CABRITO MEXEU, MEXEU,
QUEM PISCAR PRIMEIRO

LAMBEU O CUSPE DELA.




SERGIO CAPARELLI

Peixinho


O PEIXINHO CHORAVA E CHORAVA
ERA TANTA A SUA MÁGOA
QUE JÁ NÃO SABIA
SE NADAVA EM LÁGRIMA OU ÁGUA.


NÃO QUERIA COMER,
NÃO QUERIA BRINCAR,
SÓ QUERIA CHORAR.

O PEIXINHO ESTAVA COM SAUDADE
DOS SAPINHOS DA LAGOA,
DOS IRMÃOZINHOS, DOS PRIMINHOS,
DAQUELA VIDA DE PEIXINHO TÃO BOA.

O PEIXINHO CHORAVA E CHORAVA.
SOZINHO NO FUNDO DO AQUÁRIO,
JUSTO NO DIA DO SEU ANIVERSÁRIO.

LALAU E LAURABEATRIZ

A boneca


Deixando a bola e a peteca, 

Com que inda há pouco brincavam, 

Por causa de uma boneca, 

Duas meninas brigavam.

Dizia a primeira : “É minha!”

— “É minha!” a outra gritava; 

E nenhuma se continha, 

Nem a boneca largava.

Quem mais sofria (coitada!) 

Era a boneca. Já tinha 

Toda a roupa estraçalhada, 

E amarrotada a carinha.

Tanto puxavam por ela, 

Que a pobre rasgou-se ao meio, 

Perdendo a estopa amarela 

Que lhe formava o recheio.

E, ao fim de tanta fadiga, 

Voltando à bola e à peteca, 

Ambas, por causa da briga, 

Ficaram sem a boneca ...


Olavo Bilac

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Fases da Escrita - Emília Ferreiro


Frases de Emilia Ferreiro:

“Quem tem muito pouco, ou quase nada, merece que a escola lhe abra horizontes”

“Um dos maiores danos que se pode causar a uma criança é levá-la a perder a confiança na sua própria capacidade de pensar”


Emilia Ferreiro nasceu na Argentina em 1936. Doutorou-se na Universidade de Genebra, sob orientação do biólogo Jean Piaget, cujo trabalho de epistemologia genética (uma teoria do conhecimento centrada no desenvolvimento natural da criança) ela continuou, estudando um campo que o mestre não havia explorado: a escrita. A partir de 1974, Emilia desenvolveu na Universidade de Buenos Aires uma série de experimentos com crianças que deu origem às conclusões apresentadas em Psicogênese da Língua Escrita, assinado em parceria com a pedagoga espanhola Ana Teberosky e publicado em 1979. Emilia é hoje professora titular do Centro de Investigação e Estudos Avançados do Instituto Politécnico Nacional, da Cidade do México, onde mora. Além da atividade de professora – que exerce também viajando pelo mundo, incluindo freqüentes visitas ao Brasil –, a psicolingüista está à frente do site www.chicosyescritores.org, em que estudantes escrevem em parceria com autores consagrados e publicam os próprios textos.

Nenhum nome teve mais influência sobre a educação brasileira nos últimos 20 anos do que o da psicolingüista argentina Emilia Ferreiro. A divulgação de seus livros no Brasil, a partir de meados dos anos 1980, causou um grande impacto sobre a concepção que se tinha do processo de alfabetização, influenciando as próprias normas do governo para a área, expressas nos Parâmetros Curriculares Nacionais. As obras de Emilia – Psicogênese da Língua Escrita é a mais importante – não apresentam nenhum método pedagógico, mas revelam os processos de aprendizado das crianças, levando a conclusões que puseram em questão os métodos tradicionais de ensino da leitura e da escrita. “A história da alfabetização pode ser dividida em antes e depois de Emilia Ferreiro”, diz a educadora Telma Weisz, que foi aluna da psicolingüista.

Emilia Ferreiro se tornou uma espécie de referência para o ensino brasileiro e seu nome passou a ser ligado ao construtivismo, campo de estudo inaugurado pelas descobertas a que chegou o biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980) na investigação dos processos de aquisição e elaboração de conhecimento pela criança – ou seja, de que modo ela aprende. As pesquisas de Emilia Ferreiro, que estudou e trabalhou com Piaget, concentram o foco nos mecanismos cognitivos relacionados à leitura e à escrita. De maneira equivocada, muitos consideram o construtivismo um método.

Tanto as descobertas de Piaget como as de Emilia levam à conclusão de que as crianças têm um papel ativo no aprendizado. Elas constroem o próprio conhecimento – daí a palavra construtivismo. A principal implicação dessa conclusão para a prática escolar é transferir o foco da escola – e da alfabetização em particular – do conteúdo ensinado para o sujeito que aprende, ou seja, o aluno. “Até então, os educadores só se preocupavam com a aprendizagem quando a criança parecia não aprender”, diz Telma Weisz. “Emilia Ferreiro inverteu essa ótica com resultados surpreendentes.”

Idéias que o Brasil adotou

As pesquisas de Emilia Ferreiro e o termo construtivismo começaram a ser divulgados no Brasil no início da década de 1980. As informações chegaram primeiro ao ambiente de congressos e simpósios de educadores. O livro-chave de Emilia, Psicogênese da Língua Escrita, saiu em edição brasileira em 1984. As descobertas que ele apresenta tornaram-se assunto obrigatório nos meios pedagógicos e se espalharam pelo Brasil com rapidez, a ponto de a própria autora manifestar sua preocupação quanto à forma como o construtivismo estava sendo encarado e transposto para a sala de aula. Mas o construtivismo mostrou sua influência duradoura ao ser adotado pelas políticas oficiais de vários estados brasileiros. Uma das experiências mais abrangentes se deu no Rio Grande do Sul, onde a Secretaria Estadual de Educação criou um Laboratório de Alfabetização inspirado nas descobertas de Emilia Ferreiro. Hoje, o construtivismo é a fonte da qual derivam várias das diretrizes oficiais do Ministério da Educação. Segundo afirma a educadora Telma Weisz na apresentação de uma das reedições de Psicogênese da Língua Escrita, "a mudança da compreensão do processo pelo qual se aprende a ler e a escrever afetou todo o ensino da língua", produzindo "experimentação pedagógica suficiente para construir, a partir dela, uma didática".

Etapas de aprendizado

Segundo Emilia, a construção do conhecimento da leitura e da escrita tem uma lógica individual, embora aberta à interação social, na escola ou fora dela. No processo, a criança passa por etapas, com avanços e recuos, até se apossar do código lingüístico e dominá-lo. O tempo necessário para o aluno transpor cada uma das etapas é muito variável. Duas das conseqüências mais importantes do construtivismo para a prática de sala de aula são respeitar a evolução de cada criança e compreender que um desempenho mais vagaroso não significa que ela seja menos inteligente ou dedicada do que as demais. Outra noção que se torna importante para o professor é que o aprendizado não é provocado pela escola, mas pela própria mente das crianças e, portanto, elas já chegam a seu primeiro dia de aula com uma bagagem de conhecimentos. “Emilia mostrou que a construção do conhecimento se dá por seqüências de hipóteses”, diz Telma Weisz.

De acordo com a teoria exposta em Psicogênese da Língua Escrita, toda criança passa por quatro fases até que esteja alfabetizada:
• pré-silábica: não consegue relacionar as letras com os sons da língua falada;
• silábica: interpreta a letra a sua maneira, atribuindo valor de sílaba a cada uma;
• silábico-alfabética: mistura a lógica da fase anterior com a identificação de algumas sílabas;
• alfabética: domina, enfim, o valor das letras e sílabas.

O princípio de que o processo de conhecimento por parte da criança deve ser gradual corresponde aos mecanismos deduzidos por Piaget, segundo os quais cada salto cognitivo depende de uma assimilação e de uma reacomodação dos esquemas internos, que necessariamente levam tempo. É por utilizar esses esquemas internos, e não simplesmente repetir o que ouvem, que as crianças interpretam o ensino recebido. No caso da alfabetização, isso implica uma transformação da escrita convencional dos adultos. Para o construtivismo, nada mais revelador do funcionamento da mente de um aluno do que seus supostos erros, porque evidenciam como ele “releu” o conteúdo aprendido. O que as crianças aprendem não coincide com aquilo que lhes foi ensinado.

Compreensão do conteúdo

Com base nesses pressupostos, Emilia Ferreiro critica a alfabetização tradicional, porque julga a prontidão das crianças para o aprendizado da leitura e da escrita por meio de avaliações de percepção (capacidade de discriminar sons PARA PENSAR e sinais, por exemplo) e de motricidade (coordenação, orientação espacial etc.). Dessa forma, dá-se peso excessivo para um aspecto exterior da escrita (saber desenhar as letras) e deixa-se de lado suas características conceituais, ou seja, a compreensão da natureza da escrita e sua organização. Para os construtivistas, o aprendizado da alfabetização não ocorre desligado do conteúdo da escrita.

É por não levar em conta o ponto mais importante da alfabetização que os métodos tradicionais insistem em introduzir os alunos à leitura com palavras aparentemente simples e sonoras (como babá, bebê, papa), mas que, do ponto de vista da assimilação das crianças, simplesmente não se ligam a nada. Segundo o mesmo raciocínio equivocado, o contato da criança com a organização da escrita é adiado para quando ela já for capaz de ler as palavras isoladas, embora as relações que ela estabelece com os textos inteiros sejam enriquecedoras desde o início. Compreender a escrita interiormente significa compreender um código social. Por isso, segundo Emilia Ferreiro, a alfabetização também é uma forma de se apropriar das funções sociais da escrita. De acordo com suas conclusões, desempenhos díspares apresentados por crianças de classes sociais diferentes na alfabetização não revelam capacidades desiguais, mas o acesso maior ou menor a textos lidos e escritos desde os primeiros anos de vida.

Para pensar

Segundo os construtivistas, não se aprende por pedacinhos, mas por mergulhos em conjuntos de problemas que envolvem vários conceitos simultaneamente. No caso da alfabetização, utilizar textos do cotidiano é muito mais produtivo do que seguir uma cartilha. Isso não quer dizer que o ensino não deva ser objeto de planejamento e sistematização. Você, professor, costuma ficar atento ao que cada aluno já sabe para fazer com que avance, em ritmo próprio?

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Ler para aprender a ler, escrever para aprender a escrever


Ler sem saber ler...
O que é: a confrontação da criança com listas (de nomes, frutas, brinquedos etc.) e textos que ela conhece de cor - como cantigas, parlendas e trava-línguas -, propondo que neles ela encontre palavras ou "leia" trechos (antes mesmo de estar alfabetizada).

Quando propor: em dias alternados com as atividades de escrita. A atividade deve ser realizada só com alunos não alfabéticos. Para os alfabetizados, é aconselhável propor outras tarefas de leitura, já que eles conseguem ler com autonomia.

O que a criança aprende: acompanhando o texto com o dedo enquanto recita os versos, o aluno busca meios de "descobrir" as palavras fazendo o ajuste do falado para o escrito. Isso acontece porque ele já sabe "o que" está escrito (condição para a realização da atividade) e precisa pensar somente no "onde". Ele reconhece as primeiras letras e partes de palavras conhecidas ou identifica as que se repetem. Para isso, ele se vale de estratégias de leitura, como a antecipação. No caso das listas, ele prevê qual será determinada palavra por já conhecer o tema em questão - frutas, cores - e, no caso dos textos memorizados, por já saber o que está escrito. Outra estratégia é a verificação, que consiste na identificação de uma letra conhecida que esteja no começo ou no fim da palavra e que confirme a antecipação feita.

Escrever sem saber escrever...
O que é: a escrita de textos memorizados - como cantigas, parlendas, trava-línguas e quadrinhas - ou de listas (de nomes, frutas, brinquedos etc.) que podem ser escritos com lápis e papel ou com letras móveis.

Quando propor: em dias alternados com as atividades de leitura para reflexão sobre o sistema de escrita. A atividade deve ser realizada com alunos não alfabéticos. Para os alfabetizados, é aconselhável propor um trabalho sobre ortografia ou pontuação, uma vez que eles já sabem escrever.

O que a criança aprende: concentrada apenas no sistema de escrita - pois o conteúdo ela já sabe de cor -, a criança pode se voltar apenas ao "como escrever", pensando em quantas e quais letras usar. Ela se esforça para encontrar formas de representar graficamente o que necessita redigir, avançando no processo de alfabetização.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Sugestões de atividades para lição de casa - 1o ano


A tarefa de casa é uma ação que muito ajuda o aluno em sua aprendizagem, pois o auxilia a rever e refletir sobre os ensinamentos ocorridos na aula. Durante este momento o estudante dedica-se com mais autonomia ao dever e, uma vez que o professor não está presente para ajudá-lo, ele passa a recorrer ao que absorveu do conteúdo tratado em sala.
É importante que essa tarefa faça parte de rotina escolar da criança e torne-se um hábito. Os pais devem ser orientados quanto ao auxílio no momento dos deveres para que não primem pelos acertos finais, mas sim pelo processo de execução como um todo, pois é ele quem revela a aprendizagem e as dúvidas da criança.
Já no primeiro ano escolar as tarefas devem estar presente no quotidiano dos pequenos. Tais lições não devem ser extensas, complicadas ou muito trabalhosas para não desanimar as crianças e os pais, bem como não comprometerem muito tempo de ambos para serem executadas. O professor deve também estabelecer uma rotina para a correção das tarefas. Momentos de correção coletiva são muito importantes para que se possam discutir o que e como os alunos pensaram para realizar a atividade. Esta tarefa pode também facilitar a vida do professor que, com salas tão numerosas, acaba por não conseguir corrigir os deveres e, consequentemente, acaba evitando de mandá-los.
A seguir, algumas dicas de atividades simples que podem ser enviadas para o primeiro ano.

FAÇA EM SEU CADERNO O DESENHO DE 2 OBJETOS, CUJOS NOMES TENHAM INÍCIO COM A MESMA LETRA QUE COMEÇA SEU NOME:


TREINE A ESCRITA DE SEU NOME COMPLETO. AMANHÃ VOCÊ TERÁ QUE ESCREVÊ-LO EM SUA ATIVIDADE SEM USAR A PLAQUINHA.


ESCREVA O ALFABETO AO CONTRÁRIO (DO FINAL PARA O COMEÇO) EM SEU CADERNO.


ESCREVA OS NUMERAIS COMEÇANDO DO ZERO (0) E PULANDO SEMPRE UM NÚMERO ATÉ CHEGAR NO TRINTA (30).


LEIA OS NUMERAIS ATÉ 30 EM VOZ ALTA PARA 2 PESSOAS DA SUA CASA. EM SEGUIDA, ESCREVA ESTES NUMERAIS EM SEU CADERNO.


ESCREVA O NOME E DESENHE 3 BRINQUEDOS OU BRINCADEIRAS QUE VOCÊ MAIS GOSTA.


FAÇA UMA LISTA COM O NOME DE 5 GOSTOSURAS QUE VOCÊ ADORA COMER. PEÇA AJUDA DE ALGUÉM PARA ESTA TAREFA.


ESCREVA O ALFABETO EM SEU CADERNO SEM AS VOGAIS.

ESCREVA AS VOGAIS EM SEU CADERNO E DESENHE UM OBJETO, CUJO NOME SE INICIE COM UMA VOGAL.

Importância da lição de casa


Qual a importância da lição de casa? Quanto tempo o aluno deve se dedicar aos estudos fora da sala de aula? É mesmo fundamental haver lição de casa todos os dias? Como os pais devem ajudar nas tarefas? O que fazer quando o estudante tem dificuldade para fazer os exercícios propostos pelos professores? Essas são algumas dúvidas que atormentam tanto os estudantes quanto seus pais no dia a dia da escola. Lição de casa é um assunto sempre controverso, pois escolas diferentes seguem procedimentos distintos. O importante é que tanto alunos quanto pais saibam que a rotina de estudos não acaba na porta da escola, após quatro ou cinco horas diárias de aula. Em casa, o estudo deve continuar, sob a forma da lição de casa - também chamado de dever de casa ou tarefa de casa.

"As funções da lição de casa são sistematizar o aprendizado da sala de aula, preparar para novos conteúdos e aprofundar os conhecimentos", explica Luciana Fevorini, coordenadora de ensino fundamental II do Colégio Equipe, em São Paulo. "Analisando os exercícios que os alunos resolvem sozinhos em casa, o professor pode descobrir quais são as dúvidas de cada um e trabalhar novamente os pontos em que eles apresentam mais dificuldades."

"O grande desafio do professor é fazer com que o aluno consiga atribuir significado à lição de casa", diz Eliane Palermo Romano, coordenadora pedagógica da Escola Comunitária de Campinas. "O aluno precisa perceber a função das tarefas para que compreenda sua importância", reitera Cleuza Vilas Boas Bourgogne, diretora pedagógica da Escola Móbile, de São Paulo.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Cartazes pedagógicos: Números

Este cartaz numérico é muito útil para a memorização da grafia numérica e relação numeral / quantidade. Tenho um em minha sala e, com frequência, as crianças se aproximam dele para contar. O fato das quantidades serem relacionadas com os dedos da mão também aproxima bastante o objeto deles. Coloque o cartaz na altura das crianças.




segunda-feira, 12 de março de 2012

Identidade


Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, a identidade "é um conceito do qual faz parte a idéia de distinção, de uma marca de diferença entre as pessoas, a começar pelo nome, seguido de todas as características físicas, do modo de agir e de pensar e da história pessoal".

Justificativa:

As interações da criança com o meio social favorecem a construção de sua identidade. Neste aspecto a Educação Infantil torna-se ambiente privilegiado, pois há aqui um universo social diferente do que é encontrado no âmbito familiar das crianças favorecendo novas interações ampliando seus conhecimentos a respeito de si e dos outros. A auto-imagem é também construída a partir de relações estabelecidas nos grupos em que a criança está inserida. Um ambiente rico em interações, que busque acolher particularidades de cada indivíduo, promover o reconhecimento das diversidades aceitando-as e respeitando-as, ao mesmo tempo que contribui para a construção da unidade coletiva, colabora para a estruturação da identidade, bem como de uma auto imagem positiva.

Objetivo:

- Interagir e relacionar-se com o grupo em momentos diversos.

- Participar de brincadeiras e atividades que primem pelo contato físico e emocional a fim de que o sujeito se perceba importante no processo.

- Perceber em si e no outro, as igualdades e diferenças (físicas e de personalidade), mediante as interações estabelecidas.

- Sentir-se valorizado e reconhecido enquanto indivíduo.

- Enxergar a si próprio como parte de um grupo.

- Buscar informações na família (pesquisas, fotos e objetos) a respeito de sua própria história, suas preferências para falar mais de si.

Conteúdo:

- História de vida

- Identidade

Etapas previstas:

- Tirar fotos das crianças individualmente e em grupo.

- Montar um painel de fotos da turma.

- Solicitar fotos das crianças no ambiente familiar – sozinho e com a família.

- Complementar o painel anterior de fotos (esta ação proporcionará à criança uma imagem dela em ambientes diferentes – casa/escola, família/amigos)

- Solicitar pesquisa aos pais sobre a escolha do nome da criança – escolher 4 nomes por dia e conversar com o grupo sobre.

- Montar um painel no corredor com as pesquisas e fotos das crianças.

- Olharem-se no espelho e observar: como é o corpo, cor da pele, cabelo, olhos, tamanho, etc.

- Fazer um desenho em tamanho real (contorno no sulfitão) de cada criança. Deixar que desenhem e pintem em seu desenho.

- Montar uma exposição destes desenhos no corredor da sala.

- Trazer fotos do rosto da criança para que desenhem o corpo.

- Propor que façam desenho do amigo que mais gostam.

- Roda de conversa: quem é meu melhor amigo na escola e porque gosto tanto dele.

- Dividir uma folha ao meio e propor desenho: meu brinquedo favorito em casa / meu brinquedo favorito na escola.

Avaliação:

Serão avaliados aspectos como interesse da turma e da família em participar das atividades. A partir destes indícios e de reflexões sobre o trabalho haverá ou não flexibilização do planejamento e das atividades para melhor atender os objetivos propostos.

domingo, 4 de março de 2012

Letramento e Alfabetização – importância e aplicabilidade prática do conceito

A escrita e a leitura são tarefas fundamentais na vida atual do ser humano. Sem elas o homem deixa de se comunicar de maneira adequada e eficiente com seus semelhantes se tornando assim, um ser alienado em relação ao mundo e as diversas relações sociais. A literatura tem o poder de ampliar e diversificar nossas visões e interpretações sobre o mundo que nos cerca e da vida como um todo. Portanto, sem o domínio da prática da leitura e escrita os indivíduos se tornam inábeis para diversas tarefas quotidianas e, consequentemente, excluídos de muitos acontecimentos onde haja a necessidade de usar tais ferramentas.

A prática eficiente de leitura nos dá o passaporte para interagir com o texto lido indo além da mera decodificação de signos gráficos para adentrar no fabuloso universo dos significantes e significados. Esta habilidade nos favorece a interpretação e a imaginação sobre tudo o que é construído em um bom texto seja ele um romance, uma crônica, um poema, manifesto, jornal, gibi, história infantil, etc. Enfim, o domínio de habilidades de leitura e escrita nos faz mergulhar no mundo da fantasia e da realidade encontrada no mundo das palavras.

O letramento, portanto, tem a ver com esta idéia - ação de ensinar e aprender as práticas sociais de leitura e escrita a fim de adquirir a condição de apropriar-se dela e torná-la "própria", ou seja, é assumi-la como sua "propriedade".

Todavia, há grande diferença entre alfabetização e letramento, entre ser alfabetizado e ser letrado. Um indivíduo alfabetizado não é necessariamente um indivíduo letrado. Ser alfabetizado quer dizer sabe ler e escrever. Já estar letrado pressupõe a idéia de que o indivíduo vive em estado de letramento, ou seja, ele não apenas sabe ler e escrever, mas principalmente usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a leitura e a escrita, responde adequadamente às demandas sociais de leitura e de escrita.

Letrar é bem mais que alfabetizar, é ensinar a ler e escrever dentro de um contexto onde a escrita e a leitura tenham sentido e façam parte da vida do indivíduo. É importante saber distinguir alfabetização e letramento, entre aprender o código e ter a habilidade de usá-lo. É fundamental também entender que eles são indissociáveis, mas têm as suas especificidades, sem hierarquia ou cronologia: pode-se letrar antes de alfabetizar ou o contrário. Já não basta aprender a ler e escrever, é necessário mais que isso para ir além da alfabetização funcional (denominação dada às pessoas que foram alfabetizadas, mas não sabem fazer uso da leitura e da escrita). A entrada da pessoa no mundo da escrita se dá pela aprendizagem de toda a complexa tecnologia envolvida no aprendizado do ato de ler e escrever.

"O ato de ler e escrever deve começar a partir de uma compreensão muito abrangente do ato de ler o mundo, coisa que os seres humanos fazem antes de ler a palavra. Até mesmo historicamente, os seres humanos primeiro mudaram o mundo, depois revelaram o mundo e a seguir escreveram as palavras". (Magda Soares)

Podemos afirmar que o letramento pressupõe práticas de leitura e escrita que circulam na sociedade em que vivem. Atividades como ler jornais, revistas, livros, saber ler e interpretar tabelas, quadros, formulários, instruções, contas de água, luz, telefone, saber escrever cartas, bilhetes, emails, etc. atribui sentido ao ato de ler e escrever. A alfabetização e o letramento se somam, são complementos. Enquanto que "alfabetizar significa orientar a criança para o domínio da tecnologia da escrita, letrar significa levá-la ao exercício das práticas sociais de leitura e de escrita". (Magda Soares)

Boas práticas para o trabalho de alfabetização e letramento buscam sempre mediar a construção do conhecimento de indivíduos com a oferta de oportunidades reais de reflexão sobre o funcionamento grafo-fônico e ortográfico da língua escrita, possibilitando assim que os mesmos compreendam que escrever significa registrar o pensamento no papel e poder comunicá-lo também desta forma a outro indivíduo.

Tais ações ampliam as capacidades lingüísticas e cognitivas do sujeito que passa a ser considerado letrado. É, portanto importantes ter em sala de aula, portadores de textos de gêneros variados buscando ampliar os antigos conteúdos da alfabetização. O trabalho com textos diversos – notícias, receitas, convites, manuais, etc., a contação de histórias, as cantigas populares, as poesias, a produção de textos orais e escritos dentro de situações da vida real são ações cotidianas que levam ao processo eficiente de letramento e alfabetização. O trabalho sistematizado e sério do professor com foco em práticas de leitura e escrita prima também pelo compromisso com a aprendizagem de todos os alunos. O uso de projetos didáticos, atividades permanentes e sequências didáticas em sua rotina organizam o trabalho a fim de facilitá-lo e permitir haver uma avaliação mais clara e objetiva dos resultados. Promover na sala de aula um ambiente alfabetizador com estímulos diversos à leitura contextualizados que consideram a realidade do aluno são ferramentas também importantes, visto que a sociedade é letrada e que, portanto, o indivíduo não chega à escola vazio destes conhecimentos. Estar sempre atualizado sobre os conhecimentos e tecnologias disponíveis para a realização de um trabalho eficiente são fatores que promovem, na prática, um bom trabalho de letramento e alfabetização.

escrito por: ana paula de lima leão

Educação vem de casa


Educação tem de vir do berço e cabe a família responsabilizar-se por isso ! Se cada família praticasse esta máxima: Educar os filhos dentro de princípios morais e boas maneiras, com certeza não teríamos Professores frustrados e exauridos devido a falta de educação de muitas crianças e jovens.

Todos os dias em milhares de salas de aula espalhadas pelo Brasil e pelo mundo, crianças e jovens chegam ao ápice da malcriação destilando todo tipo de impropérios nas dependências da Escola e fora dela, comunicando-se uns com os outros aos berros de forma rude e irônica, tratando mal os colegas, Professores e demais Funcionários da Escola.

O ano começa, e é preciso deixar claro, para a Família e para o Aluno, que o Professor não vai tolerar este tipo de comportamento. Mas para posicionar-se frente a esta questão, é preciso que o Professor saiba exatamente o que deve ser cobrado da Família e do Aluno no que refere-se a educação familiar e boas maneiras de convivência em grupo.

Tanto nas séries iniciais quanto nas Finais tratar de questões relacionadas a boas maneiras é um assunto delicado, pois perpassa na negligência do adulto, que neste caso é o Pai e a Mãe, que se omitem em ensinar o básico aos seus filhos, pois acreditam piamente que cabe ao Professor dar esta educação também.

Ninguém quer um vizinho mal educado, ninguém contrata ou mantém um funcionário ignorante no trato das pessoas, uma mulher não deseja casar-se com um homem rude e desprovido de tato e educação. Um Professor também não quer uma criança ou jovem desrespeitoso, mal educado e mentiroso como aluno.

É de conhecimento de todos os Professores que devido ao fato da criança ou jovem chegar na Escola sem o mínimo de educação familiar, ocorrem uma série de problemas que desencadeiam a indisciplina e tumultuam o andamento das atividades na sala de aula, e que por esta razão, muitas vezes, inviabiliza que o aprendizado ocorra de maneira satisfatória.

Sob este ponto de vista seria apropriado dizer que, neste caso, os Pais são responsáveis pela indisciplina e falta de educação dos filhos e portanto, devem ser responsabilizados por isso.

Reflita comigo, se as crianças e jovens chegassem com mínimo de educação trazida de casa, dada pelos Pais, boa parte dos problemas de indisciplina dentro da sala de aula estariam resolvidos. Esse mínimo de educação envolveria que o aluno soubesse seis questões básicas:

6 Princípios Básicos de Boas Maneiras que todos devem trazer do Lar:

1) Peça “Por Favor” , diga “Obrigado”, “Com licença “ e mantenha sempre o controle emocional

2) Fale educadamente, sem usar gírias, palavrões, ou expressões de baixo calão

3) Trate com respeito todos a sua volta e jamais fale de alguém pelas costas

4) Jamais use de intimidação verbal ou física para conseguir o que deseja

5) Seja íntegro: sustente o que você diz e faz e enfrente sempre as conseqüências dos seus erros

6) Jamais use de mentiras, enganação e falsas acusações

Como acionar os Pais:

Todos os anos é quase impossível fazer com que, justamente os Pais dos alunos que mais dão problema, compareçam na Escola, porém aqui vão algumas sugestões para você já implementar no início do ano.

1) Crie um novo Cartaz com esses 6 itens e acrescente outros mais que você julgar necessários e que melhor se ajustem a sua situação e necessidade

2) Afixe o Cartaz criado na sua sala de aula e nos corredores

3) Para a primeira Reunião de Pais prepare:

. Cartaz para ser entregue aos Pais

. Termo de Responsabilidade do Comportamento e Disciplina do filho, pode ser usado como sugestão,o seguinte cabeçalho extraído do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente):

“ART. 4° – É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. (ECA)

Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável (no caso de negligência com relação a criança e ao adolescente):

I – encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família;

II – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;

III – encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;

IV – encaminhamento a cursos ou programas de orientação;

V – obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua freqüência e aproveitamento escolar;

VI – obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado;

VII – advertência;

VIII – perda da guarda;

IX – destituição da tutela;

X – suspensão ou destituição do pátrio poder

No Termo de Responsabilidade coloque também o nome de todos os alunos e ao lado deixe uma linha em branco, assim, após conversar com todos os Pais, eles devem assinar o Termo, dando ciência do que foi exposto.

4) Diálogo Amistoso: Na Reunião é preciso que seja debatido e esclarecido que cabe aos pais criar, educar e assistir seus filhos pois o cumprimento desses deveres leva a um desenvolvimento emocional, psicológico e social sadios dos filhos por meio da paternidade responsável.

É dever dos pais transmitir valores éticos e morais a seus filhos, através de ensinamentos e exemplos de vida, de forma a contribuir de maneira positiva no seu desenvolvimento e na formação de seu caráter e caso isso não esteja sendo feito devidamente, é preciso que eles saibam que serão responsabilizados civilmente.

5. Conselho Tutelar: Nesta reunião o Conselho Tutelar pode ser convidado debater em maior profundidade as responsabilidades das famílias em relação aos filhos. O Conselho Tutelar também deverá ser acionado caso a Escola constate negligência, por parte da família, em relação a educação dos filhos.

Diz o ditado popular ” Educação é bom e eu gosto” , complemento dizendo que todos os Professores também gostam, e agradecem !

Artigo de Roseli Brito do site: sosprofessor.com.br

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Como fazer Avaliação Diagnóstica


Início do ano, turma nova, Escola nova, enfim, como começar o trabalho com os alunos?

Nem pense em iniciar o trabalho pedagógico partindo da premissa do que você ACHA que os alunos já sabem. É preciso investigar, avaliar, levantar o que de fato a turma já sabe e o que ainda ela não sabe.

O instrumento para fazer isso é realizar a Avaliação Diagnóstica, que tem o objetivo de verificar a presença e a ausência dos pré-requisitos de aprendizagem adquiridos, ou não, na série anterior.

Não há um modelo de Avaliação Diagnóstica, cada Professor, conforme sua disciplina e os pré-requisitos que precisam ser trazidos da série anterior, é quem elabora atividades que levantem o que o aluno sabe e o que ele ainda não aprendeu.

Quando e porquê realizar a Avaliação diagnóstica:
. Realizada no início do curso, período letivo ou unidade de ensino
. Tem a intenção de constatar se os alunos apresentam ou não domínio dos pré-requisitos necessários (conhecimentos e habilidades) para novas aprendizagens, caracterização de eventuais problemas de aprendizagem e suas possíveis causas (cognitivo)
. Função: diagnosticar
. Serve para identificar alunos apáticos, distraídos, desmotivados (comportamentos)

De posse dos resultados da avaliação diagnóstica será possível o Professor ajudar os alunos das seguintes formas:

. Estimular o relacionamento entre os alunos, através de jogos e atividades dinâmicas
. Criar intervenções pedagógicas específicas que auxiliem o aluno a superar dificuldades
. Criar Rotinas que reforcem o comportamento positivo dos alunos
. Realizar mudanças no ambiente da sala de aula que favoreça o aprendizado
. Adotar novas práticas de ensino que estimulem a participação da turma

O QUE AVALIAR: Levantar Pré-Requisitos da série anterior

Muitos Professores sempre mandam email pedindo modelos prontos de avaliação diagnóstica. Creio que isso deve-se ao fato de que, para o Professor, não há a clareza do que ele deve levantar neste tipo de avaliação.

Quando você conhece o que deve diagnosticar, basta você criar atividades pertinentes a sua disciplina, e isso é algo que você já está acostumado a fazer quando elabora as tarefas, as provas, as dinâmicas, os textos, os vídeos, enfim, quando você elabora a sua aula.

Você precisa ter claro que deve verificar os objetivos e metas a serem atingidos na série atual, e levantar quais são os pré-requisitos que o aluno já deve ter adquirido na série anterior.

Como Avaliar: Instrumentos de avaliação

Existem diversos recursos e práticas de ensino disponíveis que podem ser utilizados no momento da avaliação diagnóstica. Idealmente, selecione mais de um dos instrumentos abaixo :
. Pré-teste;
. Auto-avaliação;
. Observação;
. Relatório;
. Prova;
. Questionário;
. Acompanhamento;
. Discussão em grupo;
. Estudos de caso (análise de estudos de casos com o objetivo de identificar como o aluno responde à avaliação);
. Fichas de avaliação de problemas (trabalhar com modelos de fichas de avaliação), etc.

A utilização dos instrumentos deve ser adequada ao contexto em que o professor se encontra. Por exemplo, aulas com muitos alunos inviabilizam a avaliação por observação ou acompanhamento, enquanto que disciplinas práticas possibilitam esses instrumentos de avaliação.

Não se surpreenda se, ao analisar os resultados levantados na Avaliação Diagnóstica você tenha de fazer ajustes no Planejamento. Afinal, quando o Planejamento é criado, o aluno ainda não foi avaliado, e portanto, o Planejamento é elaborado com base em um aluno “ideal”, e portanto, é um Planejamento longe da realidade dos alunos, pois o Professor o elabora baseado em suposições e não em dados reais.

O fato é que, quando as aulas começam a situação mostra-se outra: alunos com defasagens de aprendizado, com dificuldades em determinados conteúdos, e sem os pré-requisitos necessários para cursar aquela série.

E antes que você reclame que realizar a Avaliação Diagnóstica é uma “perda” de tempo porque você tem que “dar conta” do Planejamento até o final do ano, já lhe aviso: o objetivo maior que você deve cumprir é criar todas as condições para que todos os alunos adquiram as competências necessárias de aprendizado e não apenas para cumprir o Planejamento.

Por: Rosely Brito - www.sosprofessor.com.br

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Adaptação dos alunos


Os primeiros dias de aula estão, certamente, entre os mais importantes de todo o ano letivo. É durante essa fase que os alunos conhecem os novos professores, os novos colegas e começam a se adaptar à nova série e, muitos deles, também à nova escola. O papel do professor nesse momento é de grande relevância, pois ele, mais do que ninguém, pode contribuir para que todas essas "novidades" se encaminhem de um jeito natural e bem-sucedido, para a felicidade dele próprio, dos alunos e dos pais.

"Se o professor não constitui um vínculo bacana com os alunos nesse início, a relação entre eles pode seguir com problemas durante todo o ano. Reconquistar é possível, mas é mais difícil", acredita Ana Paula Arantes, coordenadora do Ensino Fundamental I do colégio Pueri Domus (Unidade Aruã), em Mogi das Cruzes, SP.

Para Maria Bernadete Silveira, coordenadora pedagógica da Educação Infantil e dos 1º e 2º anos do Ensino Fundamental no colégio Sion, em São Paulo, bons resultados nesse processo inicial garantem a adaptação da criança na escola até o final do ano. "Inclusive no maternal, fase em que as crianças levam cerca de 15 dias para criar vínculos com o professor e a escola", acrescenta a educadora.

O trabalho de adaptação é para todos os alunos. No maternal, a criança ainda é muito ligada ao ambiente familiar e precisa fazer a transição para o ambiente escolar. No 1º ano, a insegurança está no fato de a criança começar a ter uma rotina de alfabetização, a usar mais livros e a sentir uma outra exigência. No 2º ano, sua responsabilidade aumenta ainda mais, pois ela precisa se organizar de outra forma e o brincar já não está tão presente. Além de todos esses casos, estão os novatos na escola, transferidos de outras instituições que, independentemente da idade, necessitam de uma boa recepção por parte da equipe escolar. "O aluno que vem de outra escola está passando por uma mudança (mudam as referências de amizade, de ambiente, de rotina), e toda mudança traz desconforto, portanto ele precisa ser bem acolhido", explica a pedagoga Ana Paula.

Também os pais precisam ser acolhidos em suas inseguranças e em seus medos. Eles devem receber o apoio não só dos professores, como da coordenação da escola. "Por isso, os encontros com os pais nesse início são tão importantes. Eles precisam ser orientados e tranquilizados. Costumo dizer que os professores têm de se colocar no lugar deles, para assim entendê-los", declara a coordenadora Maria Bernadete.

Texto: Juliana Bernardino